Epicondilite do cotovelo

Dr. Carlos Mattos

Dor no cotovelo que piora progressivamente, sensibilidade, rigidez e fraqueza muscular acompanhada de dificuldade em realizar movimentos e dor irradiada para antebraço e mão. Essas são as queixas mais frequentes dos pacientes que chegam ao consultório com epicondilite do cotovelo, ou como é mais conhecida “cotovelo do tenista”, sendo mais comum em atletas amadores do que profissionais devido a erros de técnica.

Apesar de ser bem comum na população, pessoas de meia idade, trabalhadores braçais ou com funções que exijam esforço repetitivo e atletas praticantes de tênis e golfe estão no grupo de risco de desenvolvimento da epicondilite, que é uma síndrome de estresse do cotovelo. No tênis a epicondilite é lateral, e no golfe é medial.

Essa síndrome é um processo inflamatório do osso epicôndilo – geralmente causado por sobrecarga ou desgaste – que é uma extremidade óssea do cotovelo de onde nascem os músculos que vão dar movimento ao antebraço e à mão. Portanto, é uma inflamação inicial na origem dos tendões no osso epicôndilo.

A epicondilite pode ser dividida em dois grupos: lateral e medial. A epicondilite lateral é a inflamação dos tendões localizados na parte lateral do cotovelo e acomete mais gravemente e com maior duração mulheres entre 30 e 60 anos. Já a epicondilite medial afeta o tendão medial tanto de homens quanto de mulheres entre 40 e 60 anos e sua incidência é bem menor em relação à epicondilite lateral.

Para diagnosticar a síndrome, pedimos exame de raio-x e algum exame que analisa os tendões, seja ultrassom ou ressonância magnética, para complementar o exame clínico e indicar o melhor tratamento.

A primeira indicação de tratamento é o conservador feito com medicação, fisioterapia, descanso e uso de reforços musculares, como os tensores, durante o período médio de 3 meses. Em alguns casos de atletas profissionais, o afastamento da modalidade ou então a diminuição da intensidade e da frequência de treinos também podem fazer parte do tratamento. Correção de técnicas de treinamento também auxilia no tratamento. Quando o tratamento conservador não resolve o problema, podemos indicar a cirurgia. Atualmente temos feito a cirurgia através de vídeo-artroscopia, com bons resultados.

A prevenção para esse tipo de problema se dá através de reforço muscular, com atividade física, e alongamento. No caso de atletas, a dica é sempre usar as técnicas e as ferramentas adequadas ao esporte, além de evitar o overtraining.

Dr. Carlos Mattos é médico ortopedista, especialista em Cirurgia do Ombro e Lesões Esportivas, Chefe do Departamento de Ortopedia da PUC-Campinas e Diretor Clínico do Hospital PUC-Campinas.