Luxação esternoclavicular

Dr. Carlos Mattos – Extremamente raras, as luxações da esternoclavicular se dão, na maioria das vezes, por acidentes de moto ou carro. A movimentação entre a clavícula e o tronco, através do osso esterno, é feita pela articulação esternoclavicular.  Pequena e, com pouco estabilidade óssea, depende dos ligamentos para permanecer estável.

As luxações da esternoclavicular podem apresentar duas posições: anterior (luxação para a frente) ou posterior (para trás). O tempo de evolução também pode ser dividido entre aguda, inveterada (quando permanece luxada) ou recidivante (quando passa a ocorrer várias vezes).

A gravidade também difere em 3 tipos. Estiramento ligamentar, tipo 1; subluxação esternoclavicular, tipo 2; luxação completa (anterior ou posterior), tipo 3.

Em alguns casos, as luxações associam-se a outras lesões, como a dissociação escápulo-torácica, fraturas da clavícula ou luxação acromioclavicular. Pode ter relação com lesões neurológicas, vasculares e torácicas, já que se encontra próxima às estruturas torácicas.

Diagnóstico

A tomografia ou ressonância magnética são os exames mais indicados para auxiliar no diagnóstico e permite diferenciar a luxação esternoclavicular de outras lesões da clavícula ou da cartilagem.

Tratamento

Dependendo da gravidade, posição ou evolução da luxação, é indicado um tipo de tratamento. Raramente é indicada cirurgia. O primeiro passo, quando necessário , é reduzir a luxação, reposicionando a articulação para seu lugar adequado. Se for o caso de uma luxação crônica, são poucos os sintomas e o tratamento pode ser conservador.

O tratamento cirúrgico é uma opção quando há interposição de tecidos moles no entorno da articulação, ou em casos de luxação recidivante, que se repetem frequentemente, mas como já relatei é raro.

Existe em corredores de longas distâncias uma artrite na articulação esternoclavicular podendo provocar dor e aumento de volume,  que geralmente é de tratamento sintomático.

Procure sempre um especialista quando tiver queixas como essas.

Dr. Carlos Mattos é ortopedista, especialista em Cirurgia do Ombro e Lesões Esportivas, Chefe do Departamento de Ortopedia da PUC-Campinas e Diretor Clínico do Hospital PUC-Campinas.