Hérnia de disco é quase sempre tratada de forma conservadora

Dr. Carlos Mattos

A hérnia de disco é uma queixa muito comum no consultório. Os sintomas são dor, sensação de formigamento e perda de sensibilidade na região lombar ou cervical da coluna que pode se estender para pernas, pés ou pescoço. Ela pode vir em forma de crises com diferentes intensidades e incomoda muito.

A hérnia de disco ocorre quando um ou mais discos intervertebrais que compõem nossa coluna se deslocam e comprimem os nervos, causando dor e formigamento. Vale destacar que os discos são responsáveis por evitar o contato direto entre as vértebras, servindo como amortecedores.

Apesar de ser bem comum na população e uma das grandes causas de incapacidade e de afastamento do trabalho e das atividades físicas, a hérnia de disco também pode acontecer devido a traumas, sedentarismo, histórico familiar e movimentos repetitivos que exijam muito da musculatura das costas, além do nosso envelhecimento natural, que proporciona uma sobrecarga nos discos. Normalmente não tem uma causa única, sendo multifatorial.

Para diagnosticar a doença, além de ouvir as queixas do paciente, pedimos de exames de imagem. O tratamento na maioria das vezes é conservador, porque as vértebras têm capacidade de reabsorver parcialmente ou totalmente o núcleo do disco com o tempo. Além do uso de medicamentos e de sessões de fisioterapia, é muito importante que o paciente realize exercícios físicos e faça uma readequação de sua postura.

Caso essas medidas não sejam suficientes e ocorra uma piora dos sintomas ou algum tipo de alteração neurológica, pode ser indicada uma cirurgia, onde a hérnia é retirada através da cirurgia convencional ou por procedimentos minimamente invasivos. Se houver instabilidade pode ser necessário o uso de algum tipo de implante ortopédico.
Quanto à prevenção, a melhor maneira é manter o peso sob controle, fazer atividades físicas, não pegar muito peso e ter uma postura adequada.

Felizmente mais de 80 % dos casos não necessitam de cirurgia, mas dependem mais do paciente que do médico, pois normalmente exige uma mudança de hábitos e exercícios regulares.

Dr. Carlos Mattos é ortopedista, especialista em Cirurgia do Ombro e Lesões Esportivas, Chefe do Departamento de Ortopedia da PUC-Campinas e Diretor Clínico do Hospital PUC-Campinas.