Epicondilite medial ou cotovelo do golfista

Epicondilite medial ou cotovelo do golfista

Dr. Carlos Mattos – O cotovelo é formado entre outras partes por tendões flexores, que são responsáveis pelos movimentos de dobrar dedos e punhos e girar a palma da mão para baixo. Quando esses tendões iniciam um processo inflamatório e degenerativo, chamamos de epicondilite medial ou cotovelo do golfista, como também é conhecido.

A epicondilite medial é conhecida como cotovelo do golfista por afetar principalmente praticantes de golfe, entre 45 e 55 anos de idade, e no membro superior dominante. No entanto, praticantes de futebol americano, beisebol, remo e musculação também podem sofrer com essa doença, assim como pessoas que trabalham com agricultura, jardinagem, construção civil e linha de montagem.

As principais causas para o aparecimento dessa patologia são sobrecarga, movimentação repetitiva dos músculos flexores do antebraço, algum evento traumático, desequilíbrio muscular, idade avançada ou falta de flexibilidade.

Os pacientes com epicondilite medial relatam dor na parte interna do cotovelo, podendo irradiar para o antebraço, como um dos principais sintomas. Em casos mais graves, pode haver formigamento dos dedos das mãos e perda de força.

Para confirmar o diagnóstico e identificar o grau da lesão, além do teste clínico, histórico do paciente e perguntas sobre sintomas, traumas e atividades físicas, são necessários exames de imagem como ultrassom e ressonância magnética.

Quanto ao tratamento, inicialmente costuma ser conservador, controlando a dor, reabilitando a musculatura afetada, repouso, gelo, afastamento do esporte ou do trabalho e alongamento. Em último caso, quando o tratamento conservador não resolve o problema, a cirurgia para a retirada dos tecidos doentes e revitalização do tecido é recomendada, podendo ser feita por artroscopia, principalmente a epicondilite lateral.

Após a recuperação da fase aguda dolorosa, é necessário realizar um trabalho de prevenção de novas crises com alongamento e fortalecimento frequente e revisão das técnicas esportivas no caso de praticantes de golfe e tênis.

Dr. Carlos Mattos é ortopedista, especialista em Cirurgia do Ombro e Lesões Esportivas, Chefe do Departamento de Ortopedia da PUC-Campinas e Diretor Clínico do Hospital PUC-Campinas.