A importância da atividade física para a qualidade do sono

Dr. Carlos Mattos – Cerca de 65% dos brasileiros possuem baixa qualidade de sono, segundo pesquisas, e dormir mal tem efeitos negativos em vários aspectos da saúde e bem-estar: irritabilidade, déficit de memória, de atenção e diminuição de imunidade, além de cansaço físico, obesidade e indisposição para as atividades habituais.

Um bom conselho para as pessoas que têm dificuldade para dormir é exercitar-se regularmente. Os exercícios físicos podem melhorar a qualidade do sono, independentemente da idade da pessoa.

Exercícios aeróbicos regulares ajudam as pessoas a pegar no sono com mais rapidez, acordar menos durante a noite e sentir-se mais descansadas na manhã seguinte. Esses efeitos foram comprovados ao andar de bicicleta, correr e caminhar rapidamente. Praticantes regulares de exercícios de resistência também apresentam melhor qualidade subjetiva do sono.

O ciclo de dormir e acordar do nosso corpo segue um período aproximado de 24 horas, controlado pelo ciclo cicardiano. Os exercícios podem gerar liberação de melatonina mais cedo à noite, motivo pelo qual as pessoas que se exercitam adormecem mais rápido. Podem também melhorar o sono devido à liberação de endorfinas. Exercícios regulares também auxiliam a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão.

O importante é escolher uma atividade prazerosa, seja ela correr, nadar, levantar pesos, lutar ou caminhar. Quem pratica atividade física dorme melhor e quem dorme bem tem melhor resultado nos exercícios físicos e melhor qualidade de vida!

E atenção: é recomendado que adultos durmam de 6 a 8 horas diárias; dormir menos de 4 horas e mais de 11 pode estar associado ao aumento de risco cardiovascular. O tipo de alimentação ingerida à noite e o horário das refeições também podem influenciar o padrão de sono, por isso recomenda-se alimentação mais leve no período noturno.

Dr. Carlos Mattos é médico ortopedista, especialista em Cirurgia do Ombro e Lesões Esportivas, Chefe do Departamento de Ortopedia da PUC-Campinas e Diretor Clínico do Hospital PUC-Campinas.