Atividade física no combate à ansiedade e depressão

mulher e homem em exercício de corrida

Dr. Carlos Mattos

A saúde mental é um problema que afeta quase 1 bilhão de pessoas no mundo, e médicos e cientistas têm estudado a inclusão do exercício físico para auxiliar no tratamento de distúrbios mentais.

Estudos mostraram que pacientes com depressão em tratamento com psicoterapia responderam melhor ao tratamento quando associados a exercícios físicos moderados.

Pesquisa publicada na JAMA Psychiatry em 2022 mostrou que 11% da depressão poderia ser evitada se as pessoas fossem fisicamente ativas. Em 2023, estudo do Journal of Affective Disorders acompanhou 141 pacientes por 16 semanas e mostrou que, para depressão ou ansiedade patológica, correr duas vezes na semana pode ter efeito semelhante ao proporcionado por medicamentos antidepressivos e ansiolíticos. Isso porque a atividade física libera hormônios que contribuem para a sensação de bem-estar e aumenta a disponibilidade de serotonina e dopamina, regulando o humor e a sensação de felicidade.

Além de aliviar o estresse e melhorar os sintomas de depressão e ansiedade, a prática de exercícios auxilia pacientes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). No caso do TDAH, exercitar-se regularmente pode reduzir os sintomas e melhorar os níveis de concentração, motivação, memória e humor. Para pacientes com TEPT, o exercício auxilia o sistema nervoso a emitir respostas ao estímulo de imobilização desse transtorno.

Entre as atividades recomendadas para manter a saúde mental estão caminhada, corrida, pilates, natação, ciclismo, musculação e a exercícios aeróbicos junto com os de resistência.
Os benefícios incluem liberação de endorfinas e de neurotransmissores, redução de estresse, sensação de bem-estar, combate à obesidade e melhora da autoestima, melhor qualidade do sono.
Por isso, vale lembrar que qualquer atividade física é melhor que o sedentarismo e que pessoas sedentárias podem experimentar melhoras na saúde mesmo com um volume de exercício menor que os 150 minutos semanais de atividade moderada recomendados.

Fontes:
Pearce M, Garcia L, Abbas A, et al. Association Between Physical Activity and Risk of Depression: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2022;79(6):550–559.
Verhoeven JE, Han LKM, Lever-van Milligen BA, et al. Antidepressants or running therapy: Comparing effects on mental and physical health in patients with depression and anxiety disorders. J Affect Disord. 2023 May 15;329:19-29.

Dr. Carlos Mattos é ortopedista, especialista em Cirurgia do Ombro e Lesões Esportivas, Chefe do Departamento de Ortopedia da PUC-Campinas e Diretor Clínico do Hospital PUC-Campinas.